JOSÉ FLÁVIO DUARTE MADEIRA

Introdução

A contribuição do Sr. José Flávio Duarte Madeira, para o Arquivo Público Municipal de Bagé, com os originais de páginas – digitalizadas - de uma revista, ainda não identificada, em que aparecem reproduções fotográficas de prédios em Bage, talvez datadas do início do século, visto que a data de publicação não foi ainda identificada, podem mostrar um pouco da realidade cultural da época, especialmente com as figuras de Catulle Mendès e o Dr. Francisco de Castro. Dessa maneira, pode-se estabelecer o campo de pesquisa, tentativa de delimitar o círculo da pesquisa, os marcos, para se que possa tentar identificar melhor a revista. Segue uma pequena biografia, inicial, de cada um desses personagens.

Catulle Mendès

Catulle Mendès (22 maio 1841, Bordeaux - 7 de fevereiro de 1909, Saint-Germain-en-Laye) era um escritor e poeta francês. Catulle Mendès vem de uma linhagem de judeus portugueses. Esteticamente, esteve ligado ao parnasianismo francês. Era também o autor de curtas histórias eróticas. Em novembro de 1873, Judith Mendes - filha de Theofilo Goutier; esposa de Catulle Mendès - teve necessidade de informações sobre a Cabala Caldea, para um dos seus romances orientais,. A fama a conduziu diretamente à Eliphas Lévi, que convidado um dia a ir à casa de Theofilo Goutier, pai dela, havia previsto à jovem seus sucessos futuros, lendo sua mão. Seu marido, Catulle Mendès, apresentou Eliphas ao escritor Victor Hugo que parecia conhecer as obras do Cabalista e as havia mesmo apreciado. Também foram colocados à disposição, sites relacionados aos biografados, numa pesquisa inicial, também.

Francisco de Castro

Francisco de Castro (Salvador, 17 de setembro de 1857 — Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1901) foi um médico, filólogo, professor, poeta, orador brasileiro. Eleito para a Cadeira nº 10 da Academia Brasileira de Letras, onde foi eleito em 10 de Agosto de 1899. Era filho de Joaquim de Castro Guimarães e de Maria Heloísa de Matos. Logo cedo ficou órfão de mãe, e o pai, negociante, empenhou-se em lhe dar esmerada educação, e encaminhou-o para o Ateneu Baiano.

Eleito em 10 de agosto de 1899 para a Cadeira n. 13, na sucessão do Visconde de Taunay, não chegou a tomar posse. Deveria ser saudado pelo acadêmico Rui Barbosa.

Em 1873 o pai levou-o à França e, em Paris, Francisco aperfeiçoou alguns estudos, familiarizando-se com a língua de Baudelaire, a ponto de escrever versos em francês, incluídos no volume das Harmonias errantes. No ano seguinte, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia. Durante o curso acadêmico, deixou-se atrair pelo convívio literário, tendo, entre seus companheiros, Guilherme de Castro, irmão de Castro Alves. A admiração pelo poeta dos "Escravos" exerceu decisiva influência na sua poesia, emprestando-lhe a sua feição condoreira.

Desde os bancos acadêmicos, granjeou invejável fama de talentoso e estudioso. Veio para o Rio, onde sua fama cedo se consolidou, como homem de letras e como homem de ciência. Ocupou o cargo de diretor do Instituto Sanitário Federal, em 1893, e foi médico do Exército durante nove anos. Adversário da desoficialização do ensino técnico superior, proferiu memorável discurso na colação de grau dos doutorados de 1898, aplaudido por Rui Barbosa na Imprensa. Foi professor da cadeira de Clínica Propedêutica e, em 1901, diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Paralelamente ia exercendo também a sua atividade de escritor, em livros de assuntos médicos e proferindo discursos que, publicados depois de sua morte, mereceram um belíssimo prefácio de Rui Barbosa. Foi uma autêntica vocação literária, um escritor de linguagem cuidada, que se impôs à sua geração como um modelo. Poeta, ainda inspirado no Romantismo, publicou versos também sob o pseudônimo Luciano de Mendazza. Reuniu-os num volume, ao qual deu o título de Harmonias errantes, livro que mereceu uma introdução de seu amigo Machado de Assis.

Francisco de Castro deixou uma tradição de bondade extrema, e seu grande exemplo foi lembrado por gerações sucessivas de médicos. Muitos o chamavam "o divino Mestre", conservando o culto de sua figura, que ficou sendo uma espécie de patrono deles todos. Aluísio de Castro deixou sobre ele uma página admirável, "Meu pai", onde registrou: "... a admiração que eu lhe votava era tão funda e tal união nos vinculava em tudo, que esses poucos anos do seu trato, sentindo-lhe a suavidade para mim como que divina, me valeram por uma vida inteira de ensinamentos e ele me ficou como o farol de sempre."

Obras: Harmonias errantes, poesia, introdução de Machado de Assis (1878); Polêmica pessoal (1894); Discurso pronunciado na colação de grau dos doutorandos em medicina (1899); Discursos (1902); colaboração na Estante clássica da Revista de Língua Portuguesa, vol. 4 (1921) e na Revista Brasileira (1879-1881). Obras de medicina: Da correlação das funções, tese de doutoramento; O invento Abel Parente do ponto da Medicina Legal e da moral pública; Tratado de Clínica Propedêutica, 2 vols.

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